Dentre os moluscos gastrópodos que habitam este ambiente, Melampus coffeus apresenta-se como uma das espécies mais abundantes (HAAS, 1940). Esta espécie vive sobre o sedimento, durante a baixa-mar, subindo nos rizóforos e troncos, durante a preamar. A espécie apresenta expressiva importância no consumo da massa foliar dessas áreas. Desta forma, atuando como detritívoro, M. coffeus realiza um importante papel na transferência de energia entre os manguezais e a teia alimentar estuarina (Proffitt & Devlin, 2005).
Referências
HAAS, F. 1940. Ecological observations on the common mollusks of Sanibel Island, Florida. American Midland Naturalist, 24 (2): 369-378.
PROFFITT, C.R.; DEVLIN, D.J. 2005. Grazing by the intertidal gastropod Melampus coffeus greatly increases mangrove leaf litter degradation rates. Marine Ecology Progress Series, 296: 209-218.
SCHAEFFER – NOVELLI, Y. Manguezal, ecossistema entre terra e o mar. São Paulo: Caribbean Ecological Research, 1995. 62 p.
SOARES, M.L.G. 1995. Zonação e as marés. In: Manguezal: ecossistema entre a terra e o mar. SCHAEFFER-NOVELLI, Y. (Org). São Paulo: Schaeffer-Novelli, Y. 61p
O manguezal é um ecossistema costeiro característico de regiões tropicais e subtropicais, sujeito ao regime de marés, sendo uma área de transição entre o ambiente terrestre e marinho. Ocorre em regiões costeiras abrigadas, como estuários, baías e lagunas e apresenta condições propícias para alimentação, proteção e reprodução para muitas espécies animais. Assim, este sistema é considerado um importante transformador de nutrientes em matéria orgânica e gerador de bens e serviços (Schaeffer-Novelli, 1995). O ecossistema manguezal é habitado em toda sua extensão por diversos animais, desde formas microscópicas até grandes peixes, aves, répteis e mamíferos (Schaeffer-Novelli, 1995). A zonação das espécies presentes no manguezal é influenciada por diversos fatores, como tipo de substrato e o grau de energia do local. Além disso, a variação na freqüência de inundação o manguezal pelas marés, pode acarretar diferenças na concentração de sal no sedimento, tanto em relação à distância do mar, como em relação a fonte de água doce, que também pode influenciar na distribuição das espécies nesse ambiente (Soares, 1995).
Fabrício Lopes de Carvalho
Recebido em 22/08/09; Publicado em 31/08/2009